sábado, 26 de julho de 2008

Álbuns Essenciais [Blonde on Blonde]

Bob Dylan - Blonde on Blonde (1966)


Blonde on Blonde é o sétimo álbum da carreira de Bob Dylan. Ele sucedeu o já excelente Highway 61 Revisited. Blonde on Blonde é de 1966, época em que Bob Dylan deixava de ser visto como compositor de protestos e passava a compor 'histórias'. Foi um dos primeiros álbuns duplos da história e é considerado pela Rolling Stone um dos 10 melhores álbuns já feitos.


1. "Rainy Day Women #12 & 35"
2. "Pledging My Time"
3. "Visions of Johanna"
4. "One of Us Must Know (Sooner or Later)"
5. "I Want You"
6. "Stuck Inside of Mobile with the Memphis Blues Again"
7. "Leopard-Skin Pill-Box Hat"
8. "Just Like a Woman"
9. "Most Likely You Go Your Way (And I'll Go Mine)"
10. "Temporary Like Achilles"
11. "Absolutely Sweet Marie"
12. "4th Time Around"
13. "Obviously 5 Believers"
14. "Sad Eyed Lady of the Lowlands"


Rainy Day Women #12 & 35 abre o álbum já anunciando a mudança de estilo de Dylan (como muitas que ele teve na carreira). 'Rainy Day' é um blues simples e com uma letra animada, apesar de falar sobre traição. A música foi proíbida de tocar em algumas rádios americanas e inglesas pelo seu refrão: "Well, I would not feel so all alone--everybody must get stoned!", onde "everybody must get stoned" pode ser traduzido tanto como "todo mundo deve estar enganada" ou como "todo mundo deve estar chapado". A bateria, o piano, o trambone e a gaita ditam o ritmo da música. Os números 12 e 35 multiplicados dão 420, que é um código dos usuários de Marijuana. Pledging My Time tem como ponto alto a gaita. A última estrofe fala sobre um acidente, o que realmente aconteceu com Dylan meses depois. O famoso acidente de moto. Uma previsão, talvez.

Visions of Johanna é considerada por alguns a melhor música da carreira de Dylan. Ele prefere dizer que é apenas a sua música favorita do álbum. Existem especulações sobre quem é a Johanna. As principais apontam para Joan Chandos Baez, cantora e compositora folk americana. Há quem diga que vem de Gehenna, inferno em Hebraico. Em Visions of Johanna, de 7 minutos e 34 segundos, não há repetição de letra. Uma letra que não tem como ser compreendida. É como se fosse apenas um punhado de pensamentos de Dylan, o que faz a música ser tão extraordinária.

One of Us Must Know (Sooner or Later) fala sobre o fim de um relacionamento. "I didn't know that you were sayin' goodbye for good. But, sooner or later, one of us must know. You just did what you're supposed to do" (Eu não sabia que você estava dizendo adeus pra sempre. Mas, cedo ou tarde, um de nós precisava saber. Você só fez o que devia fazer). Paul Griffin toca piano na música (o mesmo que participou de Like a Rolling Stone e Just Like Tom Thumb's Blues).

I Want You é uma das principais músicas do álbum e da carreira de Dylan. Uma música romântica e que segue um compasso de bateria e orgão. "I want you. I Want You. I Want you so bad" (Te quero, te quero, te quero demais). Provavelmente seja uma coincidência os Beatles terem uma música chamada I Want You, gravada em 1969, em que o refrão é "I want you. I want you so bad". Stuck Inside of Mobile with the Memphis Blues Again tem 7 minutos e cinco segundos, sendo a terceira maior música do álbum. Dylan tocou bastante a música em seu tour de 87.

Leopard-Skin Pill-Box Hat, um 'eletric blues', é um dos hits de Dylan, com direito a um solo de guitarra. O Pillbox Hat era um chapéu feminino, muito usado por Jacqueline Kennedy, a ex-primeira dama dos Estados Unidos. Dylan ironiza o chapéu na letra. Just Like a Woman é uma balada bem conhecida do álbum. Especulam que a música é para Joan Baez. Algumas mulheres criticaram a letra da música como sendo machista. "She takes just like a woman, yes, she does. She makes love just like a woman, yes, she does. And she aches just like a woman. But she breaks just like a little girl." (Ela te prende assim como uma mulher, sim ela prende. Ela faz amor assim como uma mulher, sim ela faz. E ela geme assim como uma mulher. Mas ele se magoa assim como uma pequena garota).

Just Like a Woman



Most Likely You Go Your Way (And I'll Go Mine) abre o segundo disco. Também fala sobre o fim de um relacionamento, assim como a Sooner or Later, porém de uma maneira mais 'crítica'. Em Temporary Like Achilles Dylan fala sobre a sua fragilidade, ao invés da fragilidade dos outros, como em Just Like a Woman. Absolutely Sweet Marie foi regravada por George Harisson em 1993

4th Time Around é um romance muito bem escrito. Foi inspiração para Norwegian Wood, dos Beatles. Dylan mostrou a música em 1965 para Lennon, que não gostou no dia, mas depois admitiu ter adorado. Obviously 5 Believers é mais um típico blues. A última frase da música "If I just did not fell so all alone" nos faz lembrar do refrão de Rainy Day Women #12 & 35, música que abre o álbum. Sad Eyed Lady of the Lowlands fecha o álbum, com seus 11 minutos e 20 segundos, ocupando sozinha todo o lado B do segundo disco. A música foi escrita para Sara Lownds, modelo na época e que depois virou mulher de Dylan. É uma das melhores declarações de amor já feitas por Dylan.



É complicado eleger o melhor álbum de Dylan, mas provavelmente Blonde on Blonde é uma unanimidade. Um excelente álbum de um cantor e compositor que foi único. Sem Dylan os Beatles continuariam no Yeah Yeah Yeah. Foi quando Dylan falou "Vocês são bons, mas não dizem nada" que John Lennon passou a escrever suas melhores músicas. Bob Dylan mudou a história da música. Blonde on Blonde é uma pequena amostra disso.

1 comentários:

Carlos disse...

Po cara, muito bom esse albúm mesmo. Num sei vc teve a oportunidade de ir no show do Bob Dylan aqui em sampa, muuito bom. O kra é fera, c vc achar o link pra download desse album posta ai.

Flo

Parabéns pelo blog.

http://sinapsemoderna.blogspot.com/